segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cantares Alentejanos


CANTARES ALENTEJANOS
“Eu sou devedor à terra; a terra me está devendo; a terra paga-me em vida; eu pago à terra morrendo”
Um povo que; apesar de muitas vezes ser forçado a sair para procurar melhores condições de vida; continua a preservar; seu amor pela terra. Para o fazer sentir e demonstrar; o povo usa a voz e canta a saudade, as alegrias e as tristezas. A origem dos cantos alentejanos está no tempo em que se faziam tarefas agrícolas na grande planície. Aglomerados pequenos e distâncias grandes, ao longe das quais se ia cantando, até chegar ao campo de trabalho. Uma ida até a taberna era sempre uma boa ocasião para conviver com os amigos.
Se há coisa que um alentejano preza é o saber cantar como manda a regra.
Para isso são sempre necessários três elementos: a primeira voz, que inicia o canto e a que se dá o nome de “ponto”: a segunda voz, a que se dá o nome de “alto” Santos Populares e Carnaval, e ao som das quais se chegaram a fazer bailes: e as modas terra de barro.
É que existe uma grande rivalidade entre vários grupos de cantares. Mas dizem os envolvidos na matéria que é uma rivalidade sã. O canto alentejano ainda continua bem
vivo.
O traje típico do alentejano quando canta e o fato domingueiro; a camisa, o colete e a
calças finas. Existe, no entanto, uma excepção, que é o caso do grupo etnográfico “ceifeiros de Cuba”. Estes, tal como o próprio nome indica, vestem o fato de trabalho; calças, colete e camisa de fazenda grossa, pois como diz a expressão popular “o que guarda o frio, guarda o calor”. Usam também os ceifões para proteger as pernas, os alforges, a foice, os canudos de cana para proteger os dedos durante a ceifa e a corna das azeitonas. Esta é a farda típica de trabalho que eles vestem sempre que a actuação é programada.
Hoje já não é fácil angariar jovens para se unirem uns aos outros e cantarem as modas típicas da sua terra. Enquanto isso, os mais velhos vão tentando preservar o património que herdaram e que guardam com muito orgulho. E assim vão cantando até que a voz lhes doa.

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